A RELAÇÃO COM O SABER

PROFESSORES DE MATEMÁTICA E PRÁTICAS EDUCATIVAS NO ENSINO MÉDIO

Resumo

Democratizar e modernizar o ensino não se caracteriza apenas em matricular os alunos, mas sim, em oportunizar-lhes o acesso ao saber. Nos últimos vinte anos, um turbilhão de dúvidas começou a me intrigar frente aos paradoxos percebidos, ora no exercício da prática docente, ora pelos discursos pedagógicos ou políticos pré-constituídos pelo sistema da rede estadual de educação. Isto me pôs a requerer respostas, sistematizando este estudo com base nos pressupostos de Bernstein (1996), Bourdieu (2002, 2004), Charlot (2000, 2001, 2005), Kuenzer (2007), Lorenzato (2006), Santos (2008), Silva (2008) e outros. A intenção foi investigar a relação com o saber dos professores de Matemática e a lógica de como esses professores, em suas aulas no Ensino Médio, mobilizam a atividade intelectual dos alunos nos Centros de Excelência da rede estadual de Sergipe. As questões que nortearam o estudo foram: Como será a relação com o saber dos professores de Matemática? Qual o sentido de ensinar Matemática? Como acontecem as práticas educativas nas aulas de Matemática, quando se trata de inovação educacional? Na análise dos dados foi possível constituir um retrato dessas três instituições, sob a imagem revelada por um conjunto de atores. Ensinar Matemática exige desenvolver no aluno o incentivo à pesquisa, à realização de práticas, mostrando-lhes a importância do que é um trabalho de atividade intelectual. A relação com a atividade, com a aprendizagem preconiza o sentido de ensinar Matemática para os professores desses Centros. O professor na sua atividade profissional relaciona-se com o mundo, com o outro e consigo mesmo. Para superar as diversidades dessa atividade, ele faz de sua prática pedagógica um espaço marcado e ordenado por regras com mensagens cognitivas e sociais, ora implícitas, ora explícitas que se constituem na relação que tem com a Matemática, na relação com seus colegas, com seus alunos e com o Centro de Excelência. O levantamento e análise de dados foram sistematizados através de entrevistas; questionários e por meio do grupo focal com os professores de Matemática dos três Centros. Outras fontes também contribuíram: documentos oficiais, registros fotográficos, artigos etc.